FRANCISCO OU PATRÍCIA?
Martins Pescador (Sebastião Barbosa Martins)
Revirava o lixo e a fome a revirava
Tinha o capricho de limpar o que encontrava
No fundo de um tonel, resto de carne e pão
Outro tonel mais além, resto de arroz e feijão
Ela pode comer também, não fica sem refeição
A busca continua, o corredor da casa é a rua
Não há de ficar nua nessa experiência crua
O jornal forra a calçada, já deserta e fria
No jornal dorme a notícia que no amanhecer corria!
A morte foi sem malícia, a vida foi covardia!
Até o funeral foi nu e solitário
Oh cristo maioral! Foi em vão o seu calvário!
Só mais uma ocorrência que é comum na adolescência
Perder-se na indigência e ser vítima da carência
Ainda reina o mal e nas barbas do vigário
Caso de polícia, manhã despercebida
Francisco ou Patrícia? Nem nome teve a vida!
Testemunha a madrugada o sonho de amanhecer
Noite úmida e gelada fez o sonho encolher
É problema social, mas social não pode ser!
Nenhum comentário:
Postar um comentário